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Um atleta de Mococa, na região Central do Estado de São Paulo, diz que deixou os treinamentos de judô em São Paulo após sofrer constantes trotes dos veteranos.
Lucas Ribeiro tem 16 anos e desde os 4 treina judô com o incentivo do pai. Ele sonhou com uma carreira no esporte. “Queria disputar olimpíada, um mundial”, disse.
Para atingir o objetivo, sempre treinou muito e conseguiu uma vaga no Centro de Excelência Esportiva, em São Paulo. O local tem atletas de alto rendimento, com potencial de representar o Brasil. Lucas é tímido e, em vez de brincadeiras, preferia o estudo. “Ficava na minha, estudando.”
Ele só conseguiu ficar na capital por dois meses, porque foi vítima de bullying. Primeiro teve que cortar os cabelos e depois as agressões dos veteranos ficaram mais graves. “Teve uma noite que ficaram até 3 horas da manhã lavando quimono, fazendo brincadeiras. Eles também depilaram uma parte da minha perna”, relatou.
O pai dele, Glauco Ribeiro, procurou os responsáveis pelo centro, que tem no artigo 4 do regulamento interno a determinação de exclusão de atletas que participam de trotes. “Eles disseram que tomariam as providências para que os trotes cessassem.”
Em nota, o Centro de Excelência de Esportiva diz que advertiu os judocas por escrito e informou que eles poderiam ser expulsos em caso de reincidência.
Depois disso, Lucas alega que continuou sendo incomodado, mas o centro indicou que ele procurasse outras unidades porque não tinha como apurar as acusações. “Lá é o lugar top para treinar. Perder o sonho nunca, mas diminui as chances”, lamentou.
O Ministério Público do estado confirmou que já recebeu uma representação sobre o caso, mas ainda está analisando quais medidas serão tomadas.