Guilheiro espera 1º lugar do mundo alheio à briga interna do Brasil por Londres

Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo

Enquanto o judô brasileiro vive uma fase tensa por conta da briga interna pela vaga olímpica, Leandro Guilheiro aproveita a boa fase. Mesmo sem entrar no tatame, ele vive a expectativa de ser o primeiro brasileiro a assumir a ponta do ranking mundial desde que a lista se tornou critério de classificação para os Jogos de Londres.

A matemática foi feita pelo próprio Leandro Guilheiro, hoje segundo do mundo na categoria -81 kg. O ranking do judô funciona em um esquema parecido com o do tênis, e pontos por resultados antigos vão sendo descartados ano após ano.

Até o fim de fevereiro, o sul-coreano Jae-Bum Kim, líder, deve perder pontos referentes a conquistas de anos anteriores. Se o terceiro colocado Elnur Mammadli, do Azerbaijão, não tiver um desempenho acima da média no período, Leandro Guilheiro deve assumir a ponta por conta dos resultados mais recentes. Nada que tire o sono do judoca.

“Não faz diferença para mim. Esse é um lance emocional de competição. É até positivo. Se acontecer vai ser legal. Mas mesmo sem isso, nessa Olimpíada já tem uma expectativa grande em cima de mim”, disse Leandro Guilheiro.

A situação do judoca, dono de dois bronzes olímpicos e praticamente certo em Londres, destoa bastante da que vive parte da seleção. Tiago Camilo, outro que é dono de duas medalhas (uma de prata e outra de bronze), está em uma disputa palmo a palmo com Hugo Pessanha.

O sistema de classificação garante 22 atletas (14, nas categorias femininas) diretamente em Londres. Cada país, no entanto, só pode ter um representante. Para garantir a vaga, os judocas vivem uma disputa interna como a de Tiago e Hugo, quinto e sexto colocados nas categorias -90 kg.

“Eu sempre tive grandes adversários. Quando a gente entra no tatame, todo mundo quer vencer. Eu nunca tive inimizade com ninguém no judô. O mais importante de tudo é ser humilde”, disse Tiago Camilo.

“Me sinto honrado com essa disputa. Amanhã ou depois vou dizer que treinei com um cara que tem duas medalhas olímpicas. Começou a competição a gente é adversário. Quando acabou a gente conversa normalmente”, disse Hugo Pessanha.

Além dos dois, pelo menos mais três categorias estão em estágios parecidos. No -60 kg, Felipe Kitadai é o 15º e Breno Alves o 23º. No -100 kg, Luciano Correa é o 17º, com Leonardo Leite na 22ª colocação. Já no peso pesado (mais de 100 kg), Rafael Silva é o quinto enquanto Daniel Hernandes é o décimo.

Leandro Cunha (6º na -66 kg) e Bruno Mendonça (10º na -73 kg), além do próprio Guilheiro, enxergam os rivais brasileiros de longe e também estão quase certos.

Mãe de Rousey entra no duelo de palavras com Miesha Tate: 'Chorona'

Primeira mulher americana campeã mundial de judô, Dra. AnnMaria De Mars fica ofendida com sugestão de que sua filha é inexperiente nas lutas

Por SporTV.comLas Vegas

A guerra de provocações entre as musas Ronda Rousey e Miesha Tate ganhou uma nova participante: a mãe de Rousey, Dra. AnnMaria De Mars. Primeira mulher americana campeã mundial de judô, De Mars se sentiu ofendida pelas sugestões de Tate de que sua filha não tinha experiência suficiente para enfrentá-la e publicou um texto em seu blog atacando a atual campeã dos pesos-galo do Strikeforce, chamando-a de "Garota Chorona".

Miesha Tate (E) e Ronda Rousey: guerra de palavras antes de duelo por cinturão (Foto: Getty Images)

Durante a troca de farpas entre Tate e Rousey, que se enfrentam em 3 de março pelo Strikeforce, a atual campeã disse que a desafiante ainda não fez o bastante no MMA para merecer uma oportunidade de lutar pelo título. Rousey tem apenas quatro lutas profissionais na modalidade, sendo duas no Strikeforce e todas na categoria pena (até 65,8kg), nenhuma no peso-galo (61,2kg), divisão da qual Tate detém o cinturão. De Mars, todavia, apontou a vasta experiência internacional de sua filha no judô como prova de que ela já foi testada.

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• Musas do MMA se enfrentam por cinturão do Strikeforce em março
• Assista a vídeos de lutas

- Ronda tem centenas de lutas. Ela teve lutas em que as pessoas tentaram jogá-la no chão, estrangulá-la até dormir e quebrar seu braço, contra mulheres que tinham uma década ou mais de experiência nisso - escreveu De Mars, que lembrou ainda que Rousey tem uma medalha de bronze olímpica e uma medalha de prata no campeonato mundial, além de ouros nos Jogos Pan-Americanos e em Copas do Mundo.

O post, recheado de palavrões, termina com De Mars criticando a maior experiência de Tate no MMA - 14 lutas, sendo 12 vitórias e duas derrotas.

- Ter alguém que lutou uma dúzia ou duas dúzias de combates, todas a um voo através do país de distância, questionar se Ronda "merece" enfrentá-la - bem, como eu disse, é uma pena que não exista uma Olimpíada para Garotas Brancas Choronas - concluiu a mãe de Rousey.

Seleção de judô vive dias de detalhe e tecnologia em São Paulo

DANILO VITAL - Terra

Direto de São Paulo

Shinohara deixa computador para explicar movimentos durante treino no IbirapueraFoto: Danilo Vital/Terra

Os judocas da Seleção Brasileira masculina haviam acabado de realizar o Zarei, tradicional saudação feita antes dos treinamentos, quando o técnico Luiz Shinohara pegou seu computador portátil e começou uma série de conversas. Primeiro sentou ao lado de Felipe Kitadai, apontando para a tela enquanto falava. Depois, repetiu o gesto individualmente com os demais lutadores. O grupo vive dias de tecnologia e busca por detalhes no período de concentração em São Paulo.

Apesar de Shinohara acompanhar o grupo para todas as competições, é difícil ter tempo de fazer trabalho focado com os atletas. Na capital paulista, o grupo tenta acertar as falhas identificadas nas principais competições, em um trabalho intensivo que visa a Olimpíada - para aqueles que já têm vaga garantida - ou a classificação olímpica - para os que ainda buscam pontos para o ranking mundial. Por isso, o treinador não desgrudou de seu computador durante toda a manhã.

"Esse treinamento está sendo individualizado por categoria. A gente planejou ali, mas como não tinha impressora, trouxemos o computador mesmo. Na verdade, estamos fazendo o treinamento em função das deficiências encontradas ao longo de 2011", explicou o coordenador técnico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson. Por vezes ele acompanhou de perto as explicações e a leitura das informações no pequeno visor.

Os atletas também exaltaram a possibilidade de aprofundar o treinamento técnico na presença de Shinohara. "Todo mundo cresce, a gente troca informações e temos o técnico, que não está com a gente no dia-a-dia. Ele nos acompanha nas viagens e agora vai trabalhar em cima das deficiências das competições. É sempre muito produtivo", opinou Tiago Camilo, que ainda não tem vaga garantida: disputa com Hugo Pessanha para ver quem vai a Londres em julho.

Rafael Silva, por sua vez, já tem presença certa na Olimpíada entre os peso-pesados. Sua preocupação é acertar detalhes para buscar medalha em Londres. "A concentração acaba aproximando muito a gente do técnico, porque na verdade fica cada um em um clube. Quando a gente reúne a Seleção toda, acaba melhorando o treino, trazendo muita informação", disse o judoca, recentemente campeão no Masters do Cazaquistão, resultado que carimbou seu passaporte.

Leandro Guilheiro está na mesma situação, na vice-liderança do ranking mundial e sem qualquer necessidade de competir. "O legal desse período é que temos contato entre a gente, está todo mundo vivendo essa mesma batida de Olimpíada, de classificação. E temos contato com o técnico. A gente escuta o que ele pode falar, tenta melhorar", apontou o judoca, que permanece com os companheiros em São Paulo até a próxima terça-feira.

Na próxima semana, a Seleção viaja a Paris, na França, onde disputa o Grand Slam da cidade entre 4 e 5 de fevereiro. Na sequência, está programado um treinamento de campo na capital francesa. Os brasileiros ainda disputarão duas competições antes da Olimpíada: o Grand Prix de Dusseldorf, na Alemanha, em 18 e 19 de fevereiro, e o Campeonato Pan-Americano de Montreal, no Canadá, de 26 a 29 de abril.

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

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