O complexo do Ibirapuera sempre foi o principal centro do judô brasileiro. Além de abrigar a seleção verde-amarela, o espaço é referência na formação das categorias de base. Entretanto, a equipe nacional realiza sua preparação para o circuito europeu com um problema inédito. Devido às obras no local, os atletas da seleção precisam treinar sem contar com água no recinto.
JUDOCAS SEM ÁGUA NO IBIRAPUERA
- Obras em torno do ginásio do judô no Ibirapuera não impediram a seleção de se preparar no local
- Tatame ficou com muita poeira, mas estava com condições de receber o treinamento dos judocas
Os judocas iniciaram a série de trabalhos na ultima segunda-feira sem a já tradicional estrutura do centro de treinamento. Há apenas um banheiro (para as mulheres) e não há água nas torneiras ou bebedouros.
De acordo com o coordenador técnico da seleção, Ney Wilson, o local estava completamente inacessível no último fim de semana. Tanto, que a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) precisou contratar uma equipe de limpeza às pressas para que o complexo pudesse receber os lutadores.
“Quando chegamos, as condições estavam lastimáveis. Por isso, nem treinamos no domingo. Não era o que esperávamos encontrar, mas fizemos o máximo para deixar o lugar bom para todos”, completou.
O centro do judô é administrado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo em conjunto com Federação Paulista (FPJ) e deveria, pelo menos na teoria, oferecer boas condições aos atletas. O recinto não está sendo reformado no momento como o restante do complexo do Ibirapuera.
De acordo com o presidente da FPJ, Francisco de Carvalho Filho, a diretoria da Confederação Brasileira foi avisada das condições do Ibirapuera e optou pelo local mesmo assim.
“É uma situação muito ruim. São atletas de ponta. É uma pena, mas eles [da CBJ] que quiseram isso. Avisei a confederação desse problema e eles já sabiam das reformas, mas quiseram ir”, afirmou o presidente da FPJ.
O curioso é que os próprios atletas da seleção manifestaram o interesse em realizar os treinamentos no Ibirapuera. Eles tinham condições de fazer a preparação no Centro Olímpico, administrado pela prefeitura, ou então no Esporte Clube Pinheiros.
Porém, o Ibirapuera continua sendo o local preferido dos judocas, mesmo com as obras em torno do centro de treinamento. “Não há lugar melhor para treinar judô do que aqui”, comentou o ex-campeão mundial dos meio-pesados Luciano Corrêa. “Mesmo com as obras, temos o treino mais forte do Brasil por aqui" completou.
A CBJ comprou galões de água para suprir as necessidades dos atletas da seleção e dos outros que treinam junto com eles. A solução agradou à maioria dos judocas. “As obras em volta do ginásio não afetaram o treino. O importante aqui é ter atletas de qualidade para dar um bom volume e água para hidratar. E isso não faltou”, opinou o peso médio Vinicius Nunes.
O Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, do Ibirapuera, está passando por uma série de reformas que só deverão acabar no meio do ano. As duas estruturas mais próximas ao ginásio do judô (centro aquático e duas quadras) estão sendo praticamente reconstruídas. Já o estádio de atletismo está ganhando uma nova pista, enquanto o ginásio principal um novo teto e cadeiras.
POR: RODRIGO FARAH
FONTE: UOL ESPORTES - LUTAS