* Um dos fundadores e primeiro presidente da Liga Nacional de Judô,
* Membro da Comissão Nacional de Graus da LNJ.
“– Achei sensacional a idéia das entrevistas! Vai mexer com a história da liga. Pelas questões da para ver realmente o comprometimento das pessoas com a entidade!
A Liga Nacional mudou o seu perfil quando vocês aí no Rio Grande do Sul resolveram administrar o site. Num país com dimensão continental como o Brasil é fundamental a boa administração das noticias e informações eficientes a todos envolvidos com a LNJ. Foi dentro desta visão que comecei a deslumbrar novos horizontes para o Judô das ligas. Isto me motivou a querer ajudar e planejar algo maior para a LNJ. Um destes planejamentos é a Comissão Nacional de Graus (CNG), a qual estou ligado no momento.
Uma das grandes virtudes da CNG da LNJ é ser um órgão independente formado por representantes de todos os estados filiados e isento de qualquer compromisso com a direção da LNJ. Isto era um dos grandes sonhos que tive quando envolvido com a Federação Mineira de judô. Dentro deste atual contexto da LNJ passo a responder as perguntas:”
Quais as sua metas e objetivos dentro da LNJ?
É importante para mim e também para a CNG mostrar ao judô brasileiro que é possível agir com justiça quando se trata da promoção de grandes professores. É o reconhecimento incontestável do valor que o professor de judô tem na educação e na formação dos jovens deste país.
De que forma os presidentes das ligas estaduais podem ajudar nestas metas?
A grande contribuição das ligas estaduais dentro da CNG está na indicação de pessoas idôneas para estar compondo esta comissão. As ligas estaduais é que fazem a indicação de promoção de seus professores filiados. Por isto é muito importante que as indicações sejam feitas somente através de currículo, com documentação comprobatória e o tempo de carência exigido no regulamento.
Quais as dificuldades que o Sr imagina encontrar na instituição e como superá-las?
Não estou à frente da CNG! Nas reuniões, pelo conhecimento que tenho da liga desde a sua fundação sou ouvido pelos demais, mas, obedecendo aos critérios do regulamento que rege a CNG, este direito pertence aos professores Tadao Nagai e Francisco Gomes como 9º Dan, presidir a CNG.
Do meu ponto de vista, com o regulamento que temos, com a independência da CNG e com a boa indicação dos membros pelas Ligas estaduais não temos dificuldades a ser superadas. É muito simples, usar o bom senso, cumprir o regulamento aprovado em assembléia e valorizar o trabalho dos professores que pleiteiam as novas graduações.
Como o Sr avalia a gestão do professor Paulo Dubois, citando os pontos fortes e pontos fracos?
Avaliar o trabalho de um presidente da liga nacional de judô é algo inconcebível, principalmente para quem já foi presidente da entidade. Ninguém imagina o que é administrar uma entidade nacional dentro deste imenso país sem recursos financeiros. Não fosse o grande trabalho realizado pelas ligas estaduais isto jamais seria possível. Quando você vê aquela frase bíblica “e paz na terra aos Homens de boa vontade” poderá imaginar imediatamente como é o funcionamento da Liga Nacional de Judô. Os homens da liga são homens sofridos, homens que em outros tempos vivenciaram as fraudes, o desrespeito, a politicagem barata, a troca de favores, a ditadura dentro de um esporte que é a essência antagônica de todos estes predicados. Por Isto o modelo da liga nacional tem que ser diferente.
Mas não vamos fugir as perguntas! São vários os pontos positivos da gestão do professor Paulo, entre eles a filiação da liga nacional a União Pan Americana de Judô, a criação da Federação Mundial de Judô dentro do Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, o evento inesquecível de Roraima onde um avião da Força Aérea Brasileira ficou disponível para cento e cinqüenta judocas, um evento que considero sem precedentes dentro do judô brasileiro e também a união promovida pelo professor Paulo com seu jeito dinâmico e ao mesmo tempo afável de conduzir o sistema nacional de ligas de judô. Os pontos negativos ficam por conta da falta de conquistas no âmbito social principalmente nos benefícios aos atletas da liga.
Como o Sr vê hoje o judô no Brasil comparando com a época do inicio de sua carreira?
Não fosse o trabalho incrível das academias, de professores abnegados sejam eles tanto das federações como das ligas, da enorme colônia japonesa dentro do Brasil, da superação dos grandes judocas brasileiros que vencem as suas batalhas dentro e fora do shiai-jo, que quebram as ditaduras presidenciais e ditaduras financeiras, o Brasil Jamais estaria no patamar de hoje. Na minha época era bem diferente. No ano de 1963 era bem mais simples, pois confiávamos nos dirigentes. Não me lembro dentro da Federação Mineira de Judô de dirigentes que queriam se perpetuar no poder, mas me lembro perfeitamente do respeito que tínhamos pelos nossos mestres e dos atos transparentes dos dirigentes daquela época.
O que se pode fazer para melhorar o judô em nosso país?
O mundo não pode parar! Tudo no mundo é muito dinâmico! Você compra hoje um carro, uma televisão, um computador ou um celular e daqui a três Meses eles estão superados. O que dizer dos dirigentes do judô que se enferrujam, se apodrecem, que Não compartilham, que se isolam no poder durante anos seguidos É tudo muito simples, é mudar a mentalidade de quem vota e quem é Votado. É acreditar que se deus quisesse um mundo parado a terra não se Moveria.
Porque filiar-se ao sistema nacional de ligas?
Porque conseguimos administrar várias ligas de judô dentro deste país Com taxas acessíveis a todos. Porque aqui existe respeito mutuo. Porque aqui a liberdade de expressão é fator preponderante para o Crescimento do esporte. Porque aqui existe paz para trabalhar.
Na sua opinião o que caracteriza um bom professor de judô?
A abnegação pelo trabalho.
Como os atletas e demais colaboradores da liga nacional de judô podem ajudar no crescimento da entidade?
Basta estarmos seguindo os preceitos do judô, como a ajuda mutua, transformar a LNJ numa grande cooperativa nacional, o respeito pelos árbitros da Liga Nacional que nunca receberam nenhum valor financeiro para estar trabalhando horas seguidas em beneficio de todos, o respeito ao professor de judô, é mantermos o judô genérico, aquele judô que faz bem a todos com os preços bem mais acessíveis, é ter comprometimento e orgulho de estar participando desta instituição.
Que mensagem o Sr deixaria aos milhares de atletas filiados a LNJ e ligas estaduais?
É a mensagem da esperança, é acreditar que os dirigentes das ligas estão nesta luta por um futuro melhor no judô, é entender que a concorrência exercida com lealdade é benéfica a todo, porem o mais importante de tudo deve ser discutido não só com os Judocas das ligas, mas com todos os judocas brasileiros. As entidades de administração de judô tanto no passado como no presente foram criadas pelos judocas, por professores que tinham grande amor ao esporte e que queriam se organizar. Com o passar dos tempos estas entidades foram se distanciando dos seus fundadores e de seus ideais. Foram se tornando verdadeiros monstros que devoram os sonhos dos mais simples, com uma ferocidade financeira sem limites. Foram servindo de plataforma para indivíduos sem escrúpulos que queriam atingir seus objetivos pessoais e somente nós podemos mudar tudo isto. Primeiramente lembre-se que estas entidades somos nós, não um órgão governamental, mas sim um órgão distante pela suas próprias administrações. Se fizermos uma grande corrente temos como mudar tudo isto sem trocar seis por meia dúzia. Levante a questão nos meios do judô, converse com o seu professor, não se trata de rebeldia mas sim da sua contribuição para o esporte que você escolheu para sua vida. Lembrem-se que a grande maioria dos votantes nas entidades estaduais de administração em todo o país são pequenas academias. Você sabe quem o presidente da sua entidade apóia neste momento? Pergunte, questione, troque idéias! Mudando a mentalidade na sua localidade já será um grande passo. O mundo evolui a cada minuto, as administrações do judô também devem EVOLUIR.