Os laboratórios do mundo vêm pesquisando de forma incessante em torno do doping genético. Todavia, apesar dos males que o anabolizante provoca em seus usuários, praticantes de musculação, principalmente em academias de bairros de classe média alta, vêm se tornando um caso de saúde pública e de polícia. O caso é tão estarrecedor que os usuários não se conformam com a lentidão de algumas drogas e passaram a adotar o uso de produtos veterinários, ficando a juventude exposta ao perigo real dos anabolizantes.
O consumo desenfreado dessas drogas tornou-se epidêmico dentro da sociedade, sem distinção de faixa etária ou classe econômica. Entrevistados dizem que o seu uso é uma epidemia estimulada na supervalorização do físico pela indústria e pela comunicação de massa, que normalmente encontram nas crianças e adolescentes – ávidos por novidades e necessitados de auto-afirmação – os seus alvos mais frágeis.
O Conselho Regional de Educação Física de Pernambuco e Alagoas (CREF12/PE-AL) vem, sistematicamente, fiscalizando as academias da Região Metropolitana e interior do estado de Pernambuco, onde se constata em algumas academias que as lixeiras desses locais são repletas de seringas usadas para esse fim.
As providências são adotadas e seus proprietários conduzidos pela polícia até a Delegacia local, para lavratura de termo de ocorrência. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Massachussets com 975 crianças norte-americanas, entre 9 e 13 anos, traz resultados alarmantes: 32% dos garotos conheciam um colega da mesma idade que estava utilizando esteróides anabolizantes.
E ainda: 2,7% dos meninos e 2,6% das meninas admitiram consumir tais substâncias. Isso significa, na melhor das hipóteses, que numa sala de aula com 50 alunos da 4ª série do ensino fundamental, pelo menos um já assume que está se drogando. Um dos estudiosos da matéria, Professor Azenildo Moura Santos (CREF 001038-G/PE), autor do livro “O Mundo Anabólico”, tentou fazer uma pesquisa semelhante em escolas de Pernambuco, porém, encontrou forte resistência dos donos de colégios.
O governo do estado precisa desenvolver políticas públicas para afastar os jovens desses medicamentos que, por sua vez, devem ser usados para fins terapêuticos por pacientes com câncer e portadores de HIV, por exemplo. Adotando campanhas de informações em escolas e academias, é importante também que atletas que competem em qualquer modalidade esportiva deveriam passar por exame antidoping – não apenas os competidores de atividades olímpicas, como ocorre atualmente.
POR: Prof. Claudiomar Feitosa
Fonte: Diário de Pernambuco
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