CBJ dá calote e gera revolta em judocas
Medalhistas e fornecedores do principal torneio de judô realizado no Brasil não receberam pagamento da Confederação
Fonte: Rodrigo Farah – iG
Fotos: Márcio Rodrigues/Fotocom/CBJ
Depois de cravar sua melhor campanha na
história das Olimpíadas com quatro medalhas, o judô brasileiro vive dias
de polêmica nos bastidores. Segundo apurou a reportagem do iG , os
medalhistas do Grand Slam do Rio de Janeiro – principal competição do
circuito mundial realizada no país – ainda não receberam o pagamento
referente à premiação do torneio. O evento organizado pela CBJ
(Confederação Brasileira de Judô) foi realizado no ginásio Caio Martins
há quase três meses.
Na verdade, o problema é ainda maior, pois nem
mesmo os fornecedores do campeonato foram pagos. A justificativa dada é
que o Governo do Estado do Rio de Janeiro – um dos patrocinadores do
Grand Slam - não efetuou o pagamento à Confederação e, por isso, o
dinheiro não foi repassado.
“Não conseguimos pagar uma série de
fornecedores e nem os atletas, é verdade, mas não é como se não fôssemos
pagar. Isso nunca tinha acontecido em outros eventos, mas vamos honrar
os compromissos”, afirmou o diretor financeiro do Grand Slam, Ualber
Soares Dias, sem especificar qualquer previsão para realizar os
pagamentos.
Assim como no tênis, o Grand Slam de judô tem quatro
edições anuais e acontece em cidades-sede fixas: Tóquio, Paris, Rio de
Janeiro e Moscou. Além da pontuação no ranking olímpico, o evento tem
uma considerável premiação de incentivo aos vencedores e conta com a
presença dos principais atletas da modalidade.
O
vencedor do torneio teria direito a US$ 5 mil (pouco mais de R$ 10
mil), enquanto o segundo lugar ganharia US$ 3 mil (R$ 6 mil) e os
terceiros colocados receberiam US$ 1500 (R$ 3 mil). Ao todo, a
Confederação prometeu repassar US$ 154 mil em premiações divididos para
todos que subissem no pódio, assim como divulgou abertamente até mesmo
em cartazes de promoção do torneio.
A reportagem do iG conversou com
quatro medalhistas, que mostraram grande descontentamento, mas
preferiram não se identificar. De acordo com os judocas, alguns atletas
de fora do Brasil até receberam os valores, mas a maioria ainda aguarda
pela premiação.
“É complicado, pois nem todos têm patrocínio e
precisam da verba para os treinamentos. Primeiro, a CBJ prometeu que o
pagamento sairia em uma semana. Depois mudou para 15 dias e depois falou
que seria só depois das Olimpíadas. Agora, eles dizem que não há mais
previsão. Estamos decepcionados”, lamentou um dos atletas.
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