terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A COMPETIÇÃO E A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE

A prática da atividade física nos dias de hoje, é muito recomendada principalmente desde a infância. Com a evolução do mundo desportivo,  muitas vezes encontramos profissionais direcionando atividades com especialização precoce, que por sua vez podem provocar conseqüências traumatizantes nas estruturas bio-psicológicas de seus usuários.

Existe uma tradição popular onde a atividade esportiva aparece associada a competição.

No registro histórico dos esportes, a competição surge sob várias formas. Aqui iremos tratá-la através da conceituação olímpica; isto é, onde esta serve como instrumento de diálogo e congraçamento entre os povos.

Em análise a competição é observada em diversos ângulos. Em alguns leva-se tão a sério que transcende o próprio valor intrínseco do exercício orgânico, que por sua vez é uma parte básica da conduta esportiva. Neste caso o prazer em participar é deixado de lado em detrimento a imensa gratificação de vencer. Afinal de contas o pensamento reflete que o vice-campeão, tem o mesmo valor que o último colocado, pois o que vale é  a vitória, é o campeão.

Muito se tem questionado a respeito da atividade desportiva infantil associada a competição. É fato que há um grande número de  implicações deste processo, na longevidade da carreira do praticante.

A utilização de recursos científicos associados ao monitoramento das respostas comportamentais, a calibragem da cobrança dos resultados associados a maturação do praticante, o apoio da família, dos amigos, dos técnicos, talvez sejam a fórmula mais segura da conservação da integridade e de uma população ativa na fase adulta.

Muito se vê através  da sociedade uma elevada cobrança  na conquista e na manutenção pelo lugar mais alto do podium. Talvez o momento certo seja após um longo período de derrotas, que por sua vez serviriam como fonte de estímulo, quando bem administradas, para reflexão e valorização das conquistas.

Pesquisas apontam um grande número de desistência de praticantes dos 13 aos 16 anos, onde também encontramos muitas vezes como causa desta evasão a queda de performance.

Como conclusão é importante que haja mudanças no sistema de competição além de reformulação na prematura especialização, nos treinos excessivos e repetitivos.

A criança por sua vez, precisa ser criança !!!

Estar longe das preocupações de rendimento, não quer dizer estar distante de suas responsabilidades.

É importante ser criada uma relação de confiança e prazer, associada a doutrina e particularidades do nosso esporte.

Vários treinamentos tradicionais, devem ser substituídos por treinamentos lúdicos com direcionamento de seus conteúdos técno-pedagógicos e fisiológicos, compatíveis com as faixas etárias e satisfatória resposta motivacional.

Errado é o profissional que pensa que faz um campeão.

Nosso papel está diretamente ligado a responsabilidade de ensinar o praticante a lutar para ser campeão.

A formação é competência do professor, do técnico. O campeão é competência do atleta e dos fatores que agregam ao caminho da vitória; isto é, herança genética, investimentos na carreira esportiva, apoio dos familiares, treinamento adequado....

Muitas vezes nos deparamos com a seguinte situação:

Quando o aluno é campeão, ele é bom, leva jeito para a coisa.

Quando ele perde, ele está mal treinado.

Este tipo de colocação é o retrato da visibilidade e atribuições dadas por muitos de nossos clientes (pais/alunos/responsáveis).A inadequação das responsabilidades impostas aos envolvidos no processo, causam danos ao sistema como também devem ser reformuladas.

Cabe a nós profissionais mudarmos este conceito, a partir da valorização do “Eu Profissional”. Saber cobrar adequadamente pela prestação de serviço é parte inicial da conscientização da nossa importância.

Valorizar o praticante de destaque, através de isenções dos investimentos nas estruturas que viabilizam o seu sucesso, é a principal causa de degradação do crescimento do nosso esporte e da nossa profissão.

É o momento de repensarmos de forma  globalizada o que pode ser feito para crescermos juntos não só como profissionais dependentes desta atividade, como também formadores de opinião e de cidadãos de sucesso.

Marco Antonio Rodrigues Santos
(MARCÃO)

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COMPETITION AND EARLY SPECIALIZATION
The practice of physical activity today, it is highly recommended especially since childhood.
With the evolution of the sports world, often found directing professional activities with early specialization, which in turn can cause traumatic consequences on the bio-psychological structures of its users.

There is a folk tradition where the sport activity is associated competition.

In recorded history of sports, competition comes in many forms. Here we will treat it through the Olympic concept, that is, where it serves as an instrument of dialogue and reconciliation among peoples.

In analyzing the competition is observed at various angles. In some it takes so seriously that transcends the intrinsic value of organic exercise, which in turn is a basic part of sporting conduct. In this case the pleasure to participate is left out over the immense gratification of winning. After all the thinking that reflects the runner-up, has the same value as the last place, because what counts is winning, is the champion.

Much has been questioned about the activity associated with children's sports tournament. It is true that there are a number of implications of this process in the longevity of the career practitioner.

The use of scientific resources associated with the monitoring of behavioral responses, the calibration of the collection of results associated with the maturation of the practitioner, the support from family, friends, coaches, the formula may be safer and conserve the integrity of an active population in adulthood.

Much of society is seen through a high recovery in getting and maintaining the highest place of the podium. Perhaps the time is right after a long period of losses, which in turn would serve as a source of stimulation, when well managed, for reflection and appreciation of achievements.

Surveys show a large number of practitioners to withdraw from 13 to 16 years, where we also found many times as the cause of the crash avoidance performance.

In conclusion it is important that changes in the system beyond reshaping competition in premature specialization in excessive and repetitive drills.

The child in turn, needs to be a kid!

Being away from the stresses of income, does not mean being away from their responsibilities.

It is important to create a relationship of trust and pleasure associated with the doctrine and peculiarities of our sport.

Several traditional training, should be replaced by training with playful direction of its techno-pedagogical content and physiological age compatible with the motivational and satisfactory response.

Wrong is a professional who thinks that makes a champion.

Our role is directly linked to responsibility to teach the practitioner to fight to be champion.

The training is the responsibility of the teacher, the coach. The winner is the athlete's competence and the factors that add to the path of victory, that is, inheritance, investments in his sporting career, and family support, adequate training ....

Often we encounter the following situation:

When the student is champion, he is good, it takes the talent.

When he loses, he is poorly trained.

This type of placement is the picture of visibility and assignments given by many of our customers (parents / students / guardians). The inadequacy of the responsibilities imposed on those involved in the process, cause damage to the system should also be reformed.

It behooves us to change this professional concept, based on the value of "I Professional." Learn proper charge for providing service is the initial part of the awareness of our importance.

Enhance the practitioner's focus, through exemptions on investments in structures that enable their success, is the main cause of degradation of the growth of our sport and our profession.

It is time to rethink the so global that can be done to grow together as professionals not only dependent on this activity, as well as opinion leaders and citizens to succeed.

Marco Antonio Rodrigues Santos
(MARCÃO)

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