segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mais consciência corporal para os judocas

Treinamento funcional é uma das armas do judô brasileiro. Fisioterapeuta que patenteou método vê o resultado na evolução da seleção brasileira


Por AHE!

Ampliar o horizonte é uma intenção que pode ser bem aplicada à preparação física no judô brasileiro. Com o objetivo de dar mais consciência corporal aos atletas, o treinamento funcional se apresenta com o reforço de uma sequência de exercícios que faz com o que os judocas exercitem muito além dos grupos musculares. 

- Esse circuito que eu monto é bem específico para o judô. São exercícios presentes na luta e na modalidade com foco no movimento. Isso porque, no judô, não adianta ser forte e não controlar o movimento. Quem faz força sem pensar é guindaste. Eu quero que essas meninas daqui pensem o tempo inteiro - brinca o fisioterapeuta da seleção Marcus Vinícius Gomes, em entrevista ao AHE!

Marcus desenvolveu uma metodologia chamada MVF (Motricidade Voluntária Funcional), lançada em 2006 e, aos poucos, lapidada para o treinamento no tatame. Na época dos testes, a missão dele era recuperar os movimentos de pacientes que não conseguiam andar, em virtude de sequelas de acidentes. E ele conseguiu.

- Eu lancei com certo receio porque, quando a gente leva a teoria para a prática, há muita dificuldade na implementação. Felizmente, consegui resultados ótimos com a recuperação dos movimentos de uma paciente. Isso me deu muita força para continuar - revela o especialista, que leva o método patenteado para outras cidades e até países, principalmente Portugal, onde o MVF foi certificado como curso de excelência no Instituto Desportivo de Portugal. 

Foco no equilíbrio

Depois de muito pesquisar e testar, Marcus formatou um método aplicável ao treinamento e ao tratamento, respeitando os limites de cada disciplina e abrangendo diferentes públicos, desde os sedentários aos atletas de alta performance. Esse é o real objetivo do que conhecemos como treinamento funcional, que prepara o organismo de maneira integral, segura e eficiente, através do centro corporal. 

No caso do judô, Marcus seleciona exercícios e movimentos que estejam presentes na luta, destacando a importância do equilíbrio, já que é ele o responsável pela sustentação, enquanto o atleta, usando os braços ou pernas, ataca ou defende. Marcus lembra que, em movimentos de rotação, por exemplo, é muito comum a perda do equilíbrio e é este deslize que o judoca não pode cometer. 

- A carga de força está no abdômen, que é o nosso centro de gravidade. Se eu consigo gerar força aqui, eu me mantenho equilibrado para mandar a força para os braços e as pernas. A função primária é a rotação, e se eu tenho a rotação equilibrada, terei potência para dar o soco, chute, me deslocar. Caso contrário, eu caio e aí como eu vou lutar? - pergunta, destacando que as judocas da seleção são prova de que realmente o treinamento funciona. 

- É um resultado surpreendente porque posso ver que elas estão pensando, e que o movimento está muito mais inteligente. Muitas das atletas que estão aqui hoje não tinham a menor noção do corpo, e esse é o melhor dos resultados: a consciência corporal.


Conheça a história do judoca Rogério Sampaio

Em entrevista exclusiva ao CRAQUE ele contou que precisou tirar várias pedras do caminho para chegar ao ouro olímpico


Por Adan Garantizado
A Crítica.com - CRAQUE



A primeira medalha da carreira do judoca Rogério Sampaio divide espaço com o ouro olímpico
A primeira medalha da carreira do judoca Rogério Sampaio divide espaço com o ouro olímpico 
(Adan Garantizado)
Um grande drama familiar, as retaliações por protestos contra a Confederação, e o tortuoso caminho para se tornar um medalhista olímpico. Todos esses problemas cruzaram o caminho do judoca Rogério Sampaio durante sua carreira. Mas, ele não se abateu. Rogério chegou aos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992) como um ilustre desconhecido e saiu de lá com a única medalha de ouro individual conquistada pelo Brasil em terras espanholas. O campeão olímpico da categoria meio leve em 92 (a última medalha de ouro conquistada pelo judô brasileiro em Olimpíadas) é sinônimo de superação. Ele recebeu a equipe do CRAQUE, em Santos-SP, e relembrou alguns detalhes do ouro olímpico.
Os dois anos que antecederam os Jogos de Barcelona foram complicados para Rogério. No final de 89, ele aderiu a um movimento de oposição à Confederação Brasileira de Judô, que pleiteava melhores condições para a modalidade no Brasil. Como represália, A CBJ afastou os “rebeldes” das competições internacionais por dois anos e meio. O maior golpe, porém, viria um ano antes das Olimpíadas. Em abril de 1991, ele perdeu o irmão Ricardo, que também era judoca e o acompanhava desde os primeiros passos nos tatames.
“Ele foi meu ídolo. Competíamos na mesma categoria e nos desenvolvemos no esporte. Foi um momento de muita dor. Mas essa dor fez eu me dedicar ao extremo nos treinamentos. Precisava ter alguma situação que me fizesse bem naquele momento”, relembra emocionado. Em abril de 92, Rogério carimbou o passaporte para Barcelona.
O santista era o nome menos badalado do grupo de sete judocas brasileiros e chegou na Espanha competindo com quimonos emprestados. Ele ainda precisou enfrentar uma rigorosa dieta para “bater o peso”. No dia em que conquistou o ouro olímpico, Rogério se alimentou apenas com dois pêssegos e um sorvete. A força de vontade, porém, era gigante. E os adversários foram caindo um a um. O português Augusto Almeida, o sul-coreano Sang-Moon Kim, o argentino Francisco Vivas, o Alemão Udo Quellmalz (atual campeão mundial) e o húngaro Jozsef Csak não conseguiram parar o brasileiro.
“O prazer de ganhar a medalha de ouro é igual em qualquer situação. Mas tudo o que aconteceu comigo nesse processo me fortaleceu”, destaca Rogério, que vai comentar o Judô na Record.
Rogério Sampaio - Judoca campeão olímpico nos jogos de Barcelona, 92
1  Valeu à pena ter participado do “boicote” à CBJ nos anos 90?Sem dúvidas. Era um movimento necessário. Fico satisfeito quando vejo o nível de profissionalismo que o judô brasileiro atingiu. Vamos a Londres com condições de disputar cinco ou seis medalhas. Há 20 anos não era assim. Quando cheguei na Seleção pensava que tudo seria maravilhoso. Mas, viajávamos para o exterior sem médico, sem preparador físico. Não tínhamos sequer tatames de qualidade no Brasil. Era preciso uma outra estrutura. Por isso, o Aurélio Miguel liderou esse movimento e eu aderi.
2  Quem são os atletas brasileiros em Londres com chances de conquistar medalhas de ouro?Entre os homens, o Leandro Guilheiro que é o número dois do mundo. As mulheres também vem fortes. A Mayra Aguiar é a melhor do mundo na categoria dela, a Sara Menezes, piauiense é extremamente determinada e a Rafaela Silva também chega forte. Os quatro podem trazer o ouro. E o judô brasileiro pode também surpreender. Alguém que não é favorito, de repente, pode conquistar medalha. Todo atleta que sai daqui é muito forte.

Professor Galileu Paiva, destaca sucesso do IIIº encontro de árbitros da LMJ, com a inovadora vídeo conferencia via SKYPE


Por Shihan Galileu Paiva (8º Dan)
Liga Mineira de Judô

Quarenta e cinco pessoas entre professores, árbitros e jovens interessados em arbitragem participaram ontem, dia 21 de abril do 3º. Encontro dos árbitros. Pessoas que deixaram de viajar, de descansar no feriado para estar se integrando ainda mais neste fascinante tema. E parece que ninguém se arrependeu porque até as 19:00 horas estavam todos voltados para as respostas dos seus questionamentos através do incrível conhecimento do professor Luiz Pavani, diretor de arbitragem da liga nacional de judô.

O encontro que iniciou às 14:00 horas contou com uma novidade. Foram divididos três grupos de pessoas que faziam seus estudos em três salas com temas diferentes de acordo com suas necessidades.

A cada hora havia um rodízio entre os participantes. As 17:00 horas, após o lanche todos foram conduzidos para uma sala onde assistiram através do SKYPE, o professor Luiz Pavani conduzir com respostas coerentes e precisas as questões colocadas por uma platéia interessada e atenta.

Esta integração promovida pela liga mineira e com total apoio da liga nacional através do seu diretor de arbitragem foi extremamente útil para que os nossos professores e árbitros possam estar preparados para as arbitragens de 2012.

A Liga Mineira no ano de 2012 tem procurado dar total apoio à diretoria de arbitragem através do professor Fabio. Até este momento foram realizados três encontros com os árbitros. No dia 05 de maio continuaremos com o projeto de formação de jovens árbitros na LMJ através do curso que será realizado na cidade de Betim com o professor Sidnei Tavares nosso supervisor técnico.

Agradecemos de coração a participação do professor Luiz Pavani, diretor de arbitragem da Liga Nacional de Judô e aos nossos companheiros de Liga Mineira o professor Fabio Tavares, Galileu Paolo, ao Shihan Ronaldo Cezar, ao professor Paulão e professor Sidnei moreno.

O sucesso desta iniciativa inédita da LMJ ficou gravado no rosto daqueles que participaram.