segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Judô deve buscar apoio das empresas

Joji Kimura, ex-atleta e neto de Yokichi Kimura, fala que as academias não devem depender apenas do poder público para obter patrocínio
Rodrigo Barone
jornal Mogi News
Jorge Moraes
O judô em Mogi é muito bom. Temos um grupo de atletas que poderá fazer a diferença no Jogos Abertos do Interior.
Aos 39 anos e delegado da Central de Judô do Alto Tietê, Joji Kimura, assim como seu irmão Yoshio Kimura dão continuidade ao trabalho de seu avô, um dos grandes mestres mogianos, falecido no ano passado, Yokichi Kimura, fundador do tradicional Judô Clube, de Mogi. No ano que a cidade será sede dos Jogos Abertos do Interior (Jais) e diante da possibilidade de realizar o Campeonato Mundial de Judô, em março, Joji Kimura comenta sobre o judô local, as expectativas destes grandes torneios, o Troféu Yokichi Kimura, criado em homenagem ao fundador do Judô Clube e a história de uma das modalidades mais respeitadas em Mogi.


Mogi News: Qual a sua opinião sobre o judô, em Mogi? 

Joji Kimura: O judô é ótimo. A história vitoriosa começou nos anos 70, com a visita do professor japonês, Seya Kuroda, que passou dois anos aqui massificando a modalidade e revolucionou o esporte na cidade. Ele veio por intermédio do meu avô e o pai de Namie (Paulino, mestre da Academia Palmeiras/Smel), Sethiro Namie.

O que falta nesse primeiro instante é a lei de incentivo funcionar na prática, que melhoraria a modalidade em três aspectos principais: Na parte estrutural, oferecendo aos professores e alunos melhores condições de trabalho - lincar a educação com o esporte, através de bolsa de estudo, o que acaba sendo uma cobertura para o atleta quando encerrar sua carreira - e remunerar alguns professores diretamente. 

MN:Qual a função do delegado da Delegacia Central de Judô da região?

Kimura: O delegado é o braço direito da Federação Paulista de Judô (FPJ) na região e representa a entidade no Alto Tietê em 14 entidades. Tenho como função organizar e tentar viabilizar os pedidos feito pelas academias de judô e organizar e informar sobre as seletivas para as fases que competem ao Campeonato Paulista e eventos da delegacia, como exames de faixas e graduações. 

MN: Como delegado, o que você pode fazer para melhorar o judô?

Kimura: Podemos contribuir muito na formação dos professores do Alto Tietê, padronizando algumas técnicas do judô, estágios de treinamento, assim como a parte tática.


MN: Qual é a sua expectativa para os Jogos Abertos do Interior (Jais) de Mogi, que acontecerá em novembro?

Kimura: Expectativa e responsabilidade muito grande. Os Jais é o maior campeonato em nível de América, maior até do que o Panamericano, e tem uma representatividade enorme para o país. Temos um grupo de judocas muito bons, como Fábio Tetsuo e Rômulo Noma, que poderá fazer a diferença nas competições e poderá brigar. 

MN: O que pode ser melhorado no judô?

Kimura: O incentivo, tanto para o alto rendimento, como para a base. A nossa base é bem forte, mas quando os alunos chegam ao alto rendimento, não conseguimos sustentá-los e eles correm para os grandes clubes, como o Pinheiros (SP). Não podemos depender só do poder publico. Não adianta as academias esportivas ficarem esperando a Secretaria Municipal de Esportes. Devemos lembrar que faltam também bons projetos para serem apresentados às empresas para conseguir os patrocínios. 

MN: Nós percebemos em Mogi, uma grande rivalidade entre as principais academias de boxe da cidade. Existe rivalidade entre o Judô Clube e o Smel/Palmeiras, ministrado por Paulino Namie? 

Kimura:: Nenhuma. A história do judô em Mogi começou com o meu avô, Yokichi Kimura e Sethiro Namie, desde a época da entidade Sociedade dos Agricultores de Cocuera (SAC). No judô não temos essa rivalidade, apenas em cima do tatami. 

MN: Qual a importância de uma etapa da Copa do Mundo de Judô ser realizado em Mogi, como deve acontecer em março?

Kimura: Será importante para divulgar e massificar o esporte ainda mais na cidade. Temos uma boa estrutura para sedias este evento

MN: Conte um pouco de sua carreira no judô, por quê não seguiu no esporte como atleta e o qual sua profissão hoje em dia?

Kimura: Comecei aos quatro anos, com meu avô. Treinava em Mogi, depois morei no Projeto Futura, em São Paulo, nos anos 80 e representei Mogi das Cruzes em eventos por mais de 15 anos. Como atleta (categoria master) ganhei Campeonatos Paulistas, vice-campeão em 2003 no Japão, 3º colocado no torneio da Áustria e campeão juvenil e júnior nos Jogos Regionais e Jais, por diversas vezes. Nasci em Mogi, formado em biomedicina e hoje atuo como empresário.


MN: Qual foi a importância de seu avô no desenvolvimento do judô em Mogi e na sua vida.

Kimura: Falar do meu avo é muito simples. Ele foi como um pai para mim e para dezenas de atletas faixa preta formado por ele na região. Era honesto, simples, sábio, e é referência no judô mogiano e nacional. Até os seus 90 anos, quando faleceu, ele comparecia em todos os eventos de judô acompanhando os atletas.


MN: Fale um pouco sobre a importância do Troféu Yokichi Kimura?

Kimura: É um evento que existe a mais ou menos 20 anos que abre o calendário anual da FPJ. Antes, ele era realizado de 10 em 10 anos, depois de 5 em 5 e agora, anualmente. Estamos contando com aproximadamente 1.200 atletas, na edição 2011, que acontece no dia 12 de março, no Ginásio Municipal (Prof. Hugo Ramos). Inclusive contamos com a presença de grandes delegações. É o maior torneio de judô do interior paulista e um dos cinco mais importantes do Brasil, que acaba sendo um laboratório para os atletas, que disputam em seguida, a Copa São Paulo de Judô.

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