terça-feira, 25 de janeiro de 2011

CBJ apresenta planejamento até Londres 2012



A Confederação Brasileira de Judô apresentou neste domingo (23) aos atletas da seleção o planejamento da equipe sênior visando aos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Em São Paulo, onde a equipe nacional está reunida para treinamentos até o próximo dia 30, a comissão técnica da CBJ mostrou avaliação minuciosa da performance de cada um dos judocas que defenderam o Brasil em 2010 e falou dos planos para 2011-2012, o último do ciclo olímpico, em que a classificação para Londres e as medalhas olímpicas são as prioridades. Para tanto, haverá investimento na ordem de R$ 2,5 milhões na equipe principal masculina e feminina em treinos e competições no Brasil e exterior, além R$ 1 milhão em incentivo direto aos atletas medalhistas olímpicos ou mundiais que estejam ranqueados dentro da zona de classificação olímpica de Londres 2012.

“Os dados levantados pela comissão técnica fundamentam algo que tinha na cabeça há um tempo: a meritocracia. Todo o investimento que a CBJ e seus parceiros fazem visa a resultados. Semeamos para colher medalhas”, frisa o presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira. Hoje, a CBJ conta com os patrocínios de Infraero, Bradesco, Scania, Mizuno, Cielo, além do contrato com a TV Record e recursos da Lei Piva.

Desde 2009 a CBJ destina parte de sua receita aos medalhistas olímpicos e mundiais que estejam na zona de classificação para os próximos Jogos de 2012. O valor começou em R$ 300 mil, passou para R$ 700 mil e hoje está em R$ 1 milhão, contemplando 17 atletas.

“É um estímulo aos nossos judocas. Chegar ao topo já é complicado. E se manter no auge mais difícil ainda. Esse é nosso reconhecimento a essa excelência”, continua o presidente da entidade.

Para a última temporada do Ciclo Olímpico de 2012, serão R$ 2,5 milhões para treinamentos e competições em que cada atleta terá um calendário de participação em eventos exclusivo.

“Apresentamos  um plano individualizado para cada atleta, levando em conta a performance em 2010, não apenas no que se refere aos resultados em competições, mas interagindo com as diversas áreas técnicas como medicina, nutrição, fisioterapia, estrategismo, psicologia, etc. Temos um raio-x minucioso de cada atleta que defendeu o Brasil este ano e é a partir desses dados que vamos estabelecer as prioridades para 2011”, diz o coordenador técnico da CBJ, Ney Wilson, lembrando que na última temporada os atletas do Brasil (categoria sênior) subiram ao pódio 113 vezes em competições internacionais (34 ouros, 28 pratas e 51 bronzes). A estatística leva em conta todas as competições oficiais com participação da Confederação Brasileira de Judô, como etapas do circuito mundial (Grand Slam, Grand Prix, Copa do Mundo e Campeonato Mundial), Campeonato Pan-Americano e Jogos Sul-Americanos.

Para a CBJ, a manutenção do alto nível na performance é crucial para chegar com boas chances em 2012.

“Levando em conta apenas os Grand Slam e Mundial, que são as competições mais importantes e de nível mais alto do mundo, o Brasil aparece entre os cinco principais países em números de medalha, ao lado de Japão, Rússia, França e Coréia. Manter essa regularidade vai ser importante para nossa classificação aos Jogos Olímpicos de Londres”, afirma Ney Wilson.

A comissão técnica estipulou quatro competições-meta para 2011: Grand Slam do Rio de Janeiro, Campeonato Pan-Americano, Campeonato Mundial e Jogos Pan-Americanos.

“No Campeonato Pan-Americanos teremos um termômetro para saber quais atletas mandaremos para os Jogos Pan-Americanos. O Grand Slam no Rio de Janeiro será a última competição em casa que faremos  valendo pontos para o ranking de Londres 2012, e o Mundial será também o último antes do fechamento da lista olímpica”, explica o coordenador.

Diferentemente das duas últimas temporadas, apenas atletas convocados oficialmente pela CBJ poderão disputar Grand Slams. O critério de participação é que o judoca tenha subido ao pódio em algum Grand Slam ou Mundial na temporada 2010.

“Vamos direcionar recursos para Grand Slam para os atletas com chances reais de medalhas. Os demais participarão de outras competições válidas pelo ranking, como Grand Prix e Copa do Mundo”, diz Ney Wilson.

No dia 30 de janeiro acontece a Pré-Seletiva para a equipe brasileira, em que atletas classificados em diversas competições ao longo de 2010 têm a última chance de fazer parte do grupo que almeja uma vaga nas próximas Olimpíadas. Essa Seletiva vai apurar dois atletas por categoria. Entre os nomes de destaque dessa competição estão o pesado João Gabriel Schlittler, bronze no Mundial de 2007, e o leve Victor Penalber, bronze no Mundial Júnior 2008.

O bicampeão mundial dos meio-leves, João Derly, vencedor em 2005 e 2007, disputará apenas a Seletiva em março, no peso leve. Participam dessa segunda seletiva de março todos os judocas (entre os que fazem parte hoje do grupo da seleção brasileira e os apurados na seletiva de janeiro) que não estejam entre os classificados, hoje, para as Olimpíadas de Londres. Assim, nas categorias em que houver um atleta classificado, estarão em disputa três vagas na Seletiva de março. Os pesos com dois classificados terão duas vagas em jogo e os que não tiverem nenhum atleta classificado terão quatro vagas em disputa.

“Se as Olimpíadas fossem hoje estaríamos classificados em 13 dos 14 pesos. Mas nem nosso atleta mais regular em 2010, Leandro Guilheiro, pode se considerar com a vaga 100% assegurada para Londres, já que o sistema da Federação Internacional de Judô prevê que os pontos expirem a cada ano, em abril. Da mesma forma, também não podemos dizer que alguém começando a pontuar agora, como pode ser o caso do João Derly, não tenha chance de se classificar para as Olimpíadas”, exemplifica o coordenador.

Os dois primeiros colocados na Seletiva de março (ou os que estiverem classificados para as Olimpíadas, se os Jogos fossem hoje) terão maior investimento da CBJ em 2011-2012. Os dois outros farão parte da equipe no Grand Slam do Rio de Janeiro e da Copa do Mundo de São Paulo, competições em que o Brasil pode inscrever quatro atletas.


A primeira competição da nova temporada será o Grand Slam de Paris, nos dias 5 e 6 de fevereiro, e o Brasil será representado por Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Mayra Aguiar (78kg), Leandro Cunha (66kg), Tiago Camilo (90kg), Luciano Correa (100kg) e Daniel Hernandes (+100kg).


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